A sexualidade na terceira idade tem ganhado cada vez mais visibilidade nos debates contemporâneos, impulsionada por mudanças demográficas, avanço na expectativa de vida e uma maior conscientização sobre os direitos e o bem-estar das pessoas idosas. No entanto, o sexo na terceira idade ainda enfrenta muitos estigmas e preconceitos sociais.
Historicamente, a sociedade tratou a sexualidade como um tema relacionado principalmente à juventude, ignorando ou desconsiderando o desejo e a vida sexual das pessoas mais velhas. Esse preconceito ainda persiste, alimentado pela ideia de que o envelhecimento está associado à perda de libido ou à falta de necessidade de manter uma vida sexual ativa.
Entretanto, a realidade é diferente. Segundo Dr. Dráuzio, "do ponto de vista médico, o papel da sexualidade após os 60 anos é de fundamental importância para a saúde física e psíquica de homens e mulheres mais velhos" (fonte). A atividade sexual regular está associada a uma melhor saúde cardiovascular, à redução do estresse e ao aumento da autoestima. Além disso, o sexo pode ser uma fonte de prazer e felicidade contribuindo para a manutenção de um estado mental positivo e para o fortalecimento dos laços afetivos com o parceiro.
A sexualidade na terceira idade não é apenas uma questão de prazer físico, mas também de intimidade, afeto e conexão emocional. Inclusive, o mercado de sex shops tem mostrado um aumento da procura por sex toys pelo público da terceira idade.
É fato que o envelhecimento traz mudanças corporais e emocionais que podem influenciar a vida sexual. Nas mulheres, a menopausa pode causar alterações hormonais que afetam a lubrificação vaginal e a libido. Nos homens, questões como a disfunção erétil tornam-se mais comuns. No entanto, esses desafios não precisam ser barreiras intransponíveis. Existem tratamentos, como reposição hormonal, terapias sexuais e medicamentos que ajudam a manter a função sexual.
Importante é entender que é possível se adaptar a todas essas mudanças e elas podem trazer novas formas de experimentar a sexualidade, focando menos na performance e mais na qualidade da intimidade. O sexo pode se tornar menos sobre o ato em si e mais sobre a troca de carinho, afeto e proximidade emocional.
Para que o sexo na terceira idade seja vivido de forma saudável, é essencial que haja mais diálogo sobre o tema. Isso envolve, primeiramente, a educação de profissionais de saúde, que precisam ser capacitados para abordar as questões sexuais com pacientes idosos sem julgamentos ou preconceitos. Muitas vezes, os próprios idosos sentem-se desconfortáveis em falar sobre sexo com seus médicos, o que pode dificultar o acesso a tratamentos adequados para problemas como disfunção erétil, secura vaginal ou perda de libido. As famílias e a sociedade como um todo devem entender que a sexualidade não tem idade e que o bem-estar dos idosos também inclui o reconhecimento e o respeito pela sua vida íntima.
Quebrar os tabus em torno da sexualidade na terceira idade é um passo importante para promover o bem-estar integral dos idosos, garantindo que eles possam viver suas vidas de maneira plena, saudável e, acima de tudo, feliz.
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