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Antes de falar sobre "orgasmos fingidos", irei falar sobre ter orgasmos. Muitas pesquisas nos últimos anos demonstram que o orgasmo tem variações conforme o gênero e a sexualidade das pessoas.
Orgasmos estão diminuindo?
Um estudo realizado em 2017, nos EUA pelas Universidade de Indiana, Universidade Chapman e Universidade de Claremont/EUA, relata que homens heterossexuais alcançam o orgasmo em 95% de suas relações sexuais, enquanto apenas 60% das mulheres heterossexuais dizem o mesmo. Entre homens gays, 89% afirmam atingir o orgasmo em todas ou quase todas as relações, enquanto 86% das mulheres lésbicas alcançam o clímax na maioria das vezes. Já entre pessoas bissexuais, 66% das mulheres e 88% dos homens relatam orgasmos frequentes.
Pula para 2024: a pesquisa, publicada recentemente na revista Sexual Medicine, revelou que, em todas as idades, homens de todas as orientações sexuais relataram taxas de orgasmo mais altas durante o sexo —de 70% a 85%— em comparação com 46% a 58% para as mulheres. Mulheres lésbicas e bissexuais entre 35 e 49 anos relataram taxas mais altas do que suas contrapartes heterossexuais.
A prática de fingir não é de hoje...
A prática de fingir orgasmos é um fenômeno comum em relações sexuais. Diversos estudos têm explorado as razões por trás dessa prática, revelando que as motivações estão frequentemente ligadas à dificuldade de alcançar um orgasmo, inseguranças pessoais e dinâmicas de comunicação dentro do relacionamento. Compreender por que as pessoas escolhem fingir orgasmos pode oferecer insights sobre as complexidades da sexualidade humana e as expectativas sociais que moldam o comportamento sexual.
A pesquisa Prazer Feminino (2023) aponta que que aproximadamente 79% das mulheres já fingiram um orgasmo pelo menos uma vez na vida, desse total, 64% está em algum relacionamento e 97% já iniciou a vida sexual. Esse dado ressalta como a prática é disseminada e sugere que há fatores recorrentes que levam mulheres a tomar essa decisão.
Outro estudo, realizado pela Western Sydney University, recrutou 650 voluntários para entender melhor os motivos pelos quais tanto homens quanto mulheres fingem orgasmos. Os pesquisadores identificaram 37 motivos potenciais, destacando os cinco principais:
Garantir a autoestima do parceiro: Muitas pessoas fingem para que seus parceiros acreditem que proporcionaram prazer, reforçando assim a autoestima e o bem-estar do outro.
Tédio: Alguns indivíduos fingem orgasmo simplesmente para encerrar uma relação sexual que não está mais sendo prazerosa.
Estimular prazer: Fingir orgasmo pode ser visto como uma forma de criar uma atmosfera de satisfação, tanto para si quanto para o parceiro, melhorando a experiência sexual.
Evitar desapontamento: Ninguém gosta de terminar uma relação sexual deixando o parceiro desapontado, por isso, fingir o orgasmo é uma estratégia para evitar esse cenário.
Enganar o parceiro: Pessoas que planejam trair ou que já traíram podem fingir orgasmo para evitar que o parceiro perceba problemas na relação.
Embora a prática de fingir orgasmo seja mais frequentemente associada às mulheres, os homens também fingem, mesmo que em menor proporção e com maior dificuldade. Para os homens, a ausência de ejaculação pode tornar o fingimento mais complicado, mas o uso de preservativos pode disfarçar essa ausência. É importante notar que, em raras ocasiões, um homem pode atingir o orgasmo sem ejaculação, o que facilita o fingimento.
Razões pelas quais homens e mulheres fingem orgasmos podem ser diferentes. Homens tendem a fingir para evitar conflitos ou desconfortos durante a relação sexual, enquanto as mulheres geralmente o fazem para melhorar a experiência sexual, elevar o prazer do parceiro ou devido ao tédio.
Fingir orgasmos é um comportamento multifacetado, impulsionado por uma combinação de fatores emocionais, psicológicos e sociais. Para muitos, essa prática é uma estratégia para evitar conflitos ou melhorar a dinâmica da relação, mas também pode refletir problemas subjacentes, como falta de comunicação, insegurança sexual e insatisfação no relacionamento.
O entendimento desse comportamento requer uma abordagem sensível e aberta à diversidade das experiências sexuais humanas. Promover uma comunicação honesta e aberta entre os parceiros pode ser uma solução eficaz para reduzir a necessidade de fingir orgasmos, criando um ambiente onde ambos se sintam seguros e valorizados em sua sexualidade.
À medida que a sociedade continua a evoluir em sua compreensão da sexualidade, é essencial que esses temas sejam discutidos abertamente, promovendo relações mais saudáveis e satisfatórias. Uma comunicação honesta, respeito mútuo e autoconhecimento são fundamentais para garantir que todos os envolvidos se sintam plenamente realizados em suas experiências sexuais.
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