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Foto do escritorJanuário Mourão

BUNDA, BUMBUM, "RABA"... - Por que o brasileiro tem tanta tara por bunda?

bunda é a preferência dos brasileiros

É inegável que muitos brasileiros há tempos têm uma admiração especial por essa parte do corpo feminino, que desempenhou um papel relevante na cultura popular do país. Um dos primeiros exemplos desse fascínio remonta a 1954, quando foi dito que a Miss Brasil da época, Martha Rocha, perdeu o título de Miss Universo para a americana Miriam Stevenson por conta de duas polegadas a mais em seus quadris.


O carnaval brasileiro, celebrado anualmente, é sempre destaque na imprensa internacional, com imagens de musas das escolas de samba desfilando com trajes mínimos, adornadas por penas e pedrarias. Essa cobertura, embora vibrante, muitas vezes reforça estereótipos sobre as mulheres brasileiras, tanto dentro quanto fora do país. No entanto, a obsessão com o “bumbum perfeito” é algo que vem de muito antes, na história do Brasil.


Durante o período colonial, os colonizadores portugueses frequentemente se envolveram de maneira forçada com mulheres escravizadas de ascendência africana e indígena, mais do que os espanhóis em outras partes da América Latina. Outra teoria sobre essa valorização do corpo feminino seria que, por séculos, a Igreja Católica só aceitava a posição sexual conhecida como “papai e mamãe”, e práticas como sexo "de quatro" ou anal eram fortemente proibidas. Essa idealização de formas arredondadas se perpetuou até o século 20, ganhando ainda mais força na cultura popular.

Na década de 1960, músicos e poetas, como Manuel Bandeira e Vinícius de Moraes, criaram expressões como "latifúndio dorsal" para descrever o bumbum ideal, um termo que ilustra tanto o tamanho quanto o valor simbólico dessa parte do corpo.

Com o tempo, figuras como Gretchen, Rita Cadillac, Carla Perez e Mulher Melancia, entre outras, passaram a ocupar o imaginário masculino brasileiro com seus atributos físicos marcantes. Mais recentemente, nomes como o “Bonde das Maravilhas”, com suas coreografias icônicas, e Anitta, com hits como “Vai Malandra”, deram continuidade a essa linha evolutiva de "popozudas". Programas televisivos como o concurso da “Loira do Tchan” e “A Banheira do Gugu” também ajudaram a reforçar esse fascínio nacional por quadris e nádegas.


A expansão da indústria de cirurgia plástica no Brasil traz uma outra dimensão a essa questão. Nas últimas décadas, o número de cirurgias de implante de silicone nas nádegas cresceu significativamente, com um aumento de 547%, entre 2012 e 2014, segundo a International Society for Aesthetic Plastic Surgery. Técnicas como o “Brazilian Butt Lift”, desenvolvido pelo renomado cirurgião Ivo Pitanguy, se tornaram extremamente populares, tanto no Brasil quanto internacionalmente.

Curiosamente, esse interesse pelo bumbum não é exclusivo dos homens. Muitas mulheres também demonstram apreço por essa parte do corpo em seus parceiros, ainda que, para a maioria, não seja uma preferência tão forte quanto para os homens.

Enquanto grande parte do público masculino aponta o bumbum como a característica física mais atraente nas mulheres, para as mulheres essa predileção não é tão comum. Embora seja difícil mudar essa "preferência nacional", é essencial que a sociedade, e principalmente as próprias mulheres, busquem reverter essa cultura que objetifica o corpo feminino.


A bunda não deve ser o fator determinante que confere valor ou status às mulheres. Enxergá-las através dessa lente contribui para mantê-las em uma posição de inferioridade, algo que deve ser superado na luta pela igualdade e respeito. Basta lembrar da música de Rita Lee:

Porque nem toda feiticeira é corcunda. Nem toda brasileira é bunda. Meu peito não é de silicone, sou mais macho que muito homem. - Pagu/Rita Lee

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